Quando pensamos em drogas, normalmente associamos o consumo a humanos. No entanto, várias espécies no reino animal também têm contato com substâncias psicoativas, seja por meio de interações naturais ou ao entrar em contato com humanos. De bebidas alcoólicas a plantas alucinógenas, os efeitos podem ser tão diversos quanto curiosos. A seguir, conheça 10 exemplos impressionantes de animais que ingeriram drogas humanas, de forma acidental ou natural.
1. Macacos e o Uso de Álcool
Entre as espécies mais próximas aos humanos, os macacos, especialmente os macacos rhesus e babuínos, são conhecidos por seu consumo de álcool. Eles frequentemente encontram frutas fermentadas na natureza, que já contêm etanol. Em experimentos conduzidos por pesquisadores, os macacos até demonstraram preferências por bebidas alcoólicas sobre sucos não fermentados. O comportamento desses primatas, que inclui buscar ativamente álcool, pode até levar ao que chamamos de vício, semelhante ao que ocorre em humanos. Em áreas turísticas, como em Bali, macacos foram vistos roubando bebidas alcoólicas de turistas, reforçando sua afinidade com o álcool.
2. Elefantes e a Fermentação de Frutas
Os elefantes são famosos por seu apetite por frutas fermentadas, especialmente em regiões da África e Índia. Esses animais, de grande porte e peso, são capazes de consumir grandes quantidades de frutas que, ao fermentarem, produzem etanol. Há diversos relatos anedóticos de elefantes embriagados que causam destruição em vilarejos após consumirem essas frutas, demonstrando comportamentos agressivos ou desorientados. No entanto, alguns estudos questionam até que ponto o álcool dessas frutas afeta os elefantes, considerando seu grande tamanho e metabolismo.
3. Gatos e a Erva-de-gato (Catnip)
A erva-de-gato, ou catnip, é amplamente conhecida por seu efeito eufórico sobre os felinos domésticos. A substância química responsável por isso é a nepetalactona, que interage com receptores no cérebro dos gatos. Quando expostos à planta, os felinos tendem a se esfregar, rolar, saltar e exibir comportamentos de excitação. Embora inofensiva, a reação à erva-de-gato é temporária, durando entre 10 e 15 minutos, antes de os gatos perderem o interesse. Curiosamente, nem todos os gatos são afetados; cerca de 30% da população felina não reage à erva.
4. Golfinhos e o Baiacu
Uma das interações mais intrigantes no reino animal é entre os golfinhos e o baiacu. O baiacu é um peixe altamente tóxico que libera uma neurotoxina quando ameaçado. Apesar do perigo, os golfinhos foram observados manipulando esses peixes cuidadosamente para liberar pequenas doses da toxina, resultando em um leve efeito narcótico. Após entrar em contato com o veneno, os golfinhos parecem entrar em um estado de transe, flutuando na água e passando o peixe entre eles como se fosse um "brinquedo". Esse comportamento sugere uma forma consciente de buscar um "barato".
5. Renas e o Cogumelo Alucinógeno (Amanita muscaria)
Na Sibéria, as renas nativas têm um comportamento incomum: elas consomem o cogumelo Amanita muscaria, conhecido por suas propriedades alucinógenas. Esse cogumelo contém substâncias químicas, como o ácido ibotênico e a muscarina, que induzem visões e alterações sensoriais. Para os pastores siberianos, o comportamento das renas após o consumo desses cogumelos foi observado por séculos, e até influenciou rituais xamânicos. As renas frequentemente procuram esse fungo durante os meses de inverno, quando a oferta de alimentos escasseia.
6. Cabras e o Café
As cabras têm um papel importante na história do café. Segundo a lenda, o café foi descoberto quando um pastor notou que suas cabras ficavam mais enérgicas e agitadas após consumir os frutos do cafeeiro. Intrigado, ele experimentou os frutos e sentiu um aumento na sua própria energia. Isso levou ao uso popular do café, uma das bebidas mais consumidas do mundo hoje. O efeito estimulante da cafeína nas cabras foi o que inicialmente chamou a atenção para essa planta.
7. Insetos e Cafeína
Embora pareça incomum, a cafeína também afeta os insetos, especialmente abelhas. Plantas que produzem cafeína atraem abelhas, que acabam por consumir o néctar dessas flores. Estudos demonstram que a cafeína melhora a memória das abelhas, ajudando-as a lembrar melhor de onde localizaram essas flores. Isso beneficia tanto as abelhas quanto as plantas, já que a polinização se torna mais eficaz.
8. Cães e Maconha
Em locais onde a maconha foi legalizada, houve um aumento nos casos de cães que acidentalmente consomem a droga. Isso geralmente acontece quando os animais encontram resíduos de maconha em espaços públicos ou até em casa. Os efeitos da maconha em cães podem ser preocupantes, incluindo letargia extrema, desorientação, salivação excessiva e, em casos mais graves, problemas respiratórios. Para os donos de animais, é crucial manter a droga fora do alcance dos pets, uma vez que eles são muito mais sensíveis ao THC do que os humanos.
9. Vacas e Antibióticos
Em algumas fazendas, vacas podem ingerir resíduos de antibióticos encontrados no solo ou na água devido à contaminação. Além disso, há casos em que os animais recebem antibióticos diretamente através de alimentos. O uso excessivo de antibióticos nas criações de gado pode ter sérias consequências, incluindo o desenvolvimento de bactérias resistentes, que podem impactar tanto a saúde animal quanto a saúde humana.
10. Pássaros e Bagas Fermentadas
Certas espécies de pássaros, como os tordos e as gralhas, são conhecidas por comer bagas que, após a fermentação, produzem álcool. Esses pássaros, ao ingerirem grandes quantidades dessas bagas, acabam ficando "embriagados", o que resulta em comportamento desorientado. Há casos documentados de pássaros colidindo com janelas, voando erraticamente e até caindo de árvores. Esse fenômeno é especialmente comum durante o outono, quando as bagas estão em seu estágio mais fermentado.